Já falei várias vezes aqui no blog de como eu era uma pessoa consumista, daquelas compulsivas mesmo que comprava uma coisa pelo impulso do momento, ora por achar lindo, ora muito barato e o resultado era sempre muita roupa amontoada no armário, várias delas que eu mal usava. Não sei se foi a experiência no mundo da moda, a maturidade, os conselhos de mamis ou as faturas do cartão de crédito sempre altíssimas que me fizeram mudar radicalmente. O fato é que eu mudei; ah, e como mudei! Mudei tanto que resolvi passar uma fase sem comprar nada de roupas, sapatos e bolsas - a menos que fosse extremamente necessário - e foi nesse período de seis meses que realmente entendi o que é o tal do consumo consciente. Esses seis meses também foram ótimos pra conhecer mais a fundo o meu estilo, o que também ajuda bastante nisso de comprar com consciência e vou explicar o porquê mais adiante!
Nesse período, por muitas vezes me irritei enquanto me arrumava pra sair, aquele clássico "não tenho roupa" e ao contrário do que vocês vão pensar, eu tinha sim razão. Mesmo com o armário abarrotado de roupas eu, de fato, não tinha nada "adequado"; o que eu tinha era um monte de roupa comprada por impulso que não servia pro meu dia a dia e nem tinha muito a ver comigo. Quando isso acontecia na minha fase Becky Bloom, eu resolvia isso indo ao shopping e torrando compulsivamente meu rhyco dinheirinho em mais roupas que continuariam não sendo "adequadas" pra mim, e talvez viesse no meio uma ou outra que fosse me servir, mas elas continuavam sendo minoria no armário! Nessa fase que eu não podia comprar, a saída era, passada a birra, pensar em soluções pra aproveitar o que eu tinha no momento. Ah, esqueci de falar lá em cima, isso também ajudou muito a despertar a minha criatividade!
Passei então a compreender que, o tal do consumo consciente não se baseava em não comprar - até porque, aí não seria consumo - e nem só em pensar naquela clássica perguntinha: "eu preciso disso?". Até porque, minhas caras leitoras, a gente sempre vai responder que sim, precisamos. Como diria um livro que livro que li esses dias: "... quando o desejável vira necessário, esquece-se do que é preciso de fato...". Ainda mais com o mercado da moda lançando coisas novas na velocidade da luz, fica difícil manter o foco só no que é preciso, né? Mas acho que é aí que tá um dos segredos e que explica o que eu falei lá no final do primeiro parágrafo: se conhecendo, a gente passa a entender o que é realmente necessário.
Se você não vai a festas black tie, por exemplo, qual a necessidade de ter vários vestidos desse tipo no armário? Se você tem um estilo informal e pode usá-lo nos momentos de lazer e trabalho, pra quê tanta roupa certinha e arrumada se você nem usa? Se você não usa saia lápis, mas viu uma linda na loja, deixa a saia babadeira lá na loja pra quem realmente usa e se joga na arara das calças rasgadas. Eu sei que você curte muito mais! Mais vale essa calça rasgada de R$ 200,00 que você vai usar até ficar desbotada do que a saia lápis de R$ 50,00 que vai ficar lá no armário, parada, esquecida e sem uso. Agora me responda se você precisa mesmo dessa saia? E daquela tendência que nem favorece o seu biotipo, mas que você quer porque tá em alta e tá todo mundo usando? E daquele monte de t-shirt que você compra porque estão baratinhas, sendo que você já tem mil e uma tees no armário? Que tal, ao invés de comprar mais do mesmo, investir numa terceira peça bacana ou num acessório bapho que vai atualizar o que você já tem em casa? Entendem o que quero dizer?
Post um pouco diferente, será que vocês vão gostar? Me contem se gostam e também como é a relação de vocês com o consumo de moda. Vou adorar essa troca de experiências!
Um beijo, boa semana! ;***
